Mais de 60 médicos da rede pública e privada participam de oficina promovida pelo Ministério da Saúde, Hospital Albert Einstein e o Sistema Nacional de Transplantes sobre protocolos de morte encefálica, nesta quarta-feira (9) e quinta-feira (10), no auditório da Faculdade Estácio, em São Luís.
A capacitação é resultado do convênio celebrado entre o Hospital Albert Einstein e o Sistema Nacional de Transplantes, por meio do Ministério da Saúde, junto às Centrais Estaduais de Transplantes de todo o Brasil.
Segundo a enfermeira da equipe da Central Estadual de Transplantes do Maranhão, Janaina Câmara, os participantes atuam em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e emergência e que tenham pelo menos um ano de experiência no atendimento de paciente em coma.
“Com a capacitação, o profissional terá a certificação para conduzir o diagnóstico de morte encefálica, segundo a resolução do Conselho Federal de Medicina, o que irá contribuir para o desfecho clínico do paciente e para o processo de doação de órgãos para transplante no Maranhão”, disse Janaína Câmara.
O curso obedece às exigências da Resolução Nº 2.173, de 23 de novembro de 2017, do Conselho Federal de Medicina (CFM). O documento dispõe sobre a retirada de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante e tratamento, cujo laudo do exame complementar deverá ser elaborado e assinado por médico especialista no método em situações de morte encefálica.
“Os participantes discutirão desde a legislação, passando pelo diagnóstico até a comunicação da morte encefálica aos entes do paciente. Tudo isso será feito em estações teóricas e práticas em dois turnos, manhã e tarde, abordando ainda a doação de órgãos para transplante, pois mesmo sendo assuntos separados, eles se completam”, explicou a analista de treinamentos do Hospital Albert Einstein, Dayana Calado.
O objetivo, segundo o médico intensivista do Hospital do Servidor, Aminadabe Sousa, é ampliar o conhecimento técnico dos profissionais sobre os protocolos de morte encefálica. “Com o conhecimento sobre o assunto, é possível levar conscientização às pessoas da importância da notificação de óbito, consequentemente da doação de órgãos, salvando assim outras vidas”, comentou.
Adriano Azevedo, médico intensivista do Hospital Dr. Carlos Macieira, ressaltou aspectos importantes do curso. “Além da parte médica, é muito bom a atenção dada à forma de como comunicar aos familiares do falecimento do paciente. Tudo isso é muito importante porque tudo o que fizermos, no sentido de ter uma melhor comunicação com os familiares, facilitará a abordagem da equipe da Central de Transplantes para um possível doador”, enfatizou o médico.
No curso, o instrutor médico Eduardo Casaroto orientou os profissionais sobre os critérios do diagnóstico de morte encefálica. O artigo 13 da Lei nº 9.434/1997 determina ser obrigatório para todos os estabelecimentos de saúde informar as centrais de notificação, captação e distribuição de órgãos das unidades federadas onde ocorrer diagnóstico de morte encefálica feito em pacientes por eles atendidos.
FONTE – MA.GOV.BR