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Recuperandas do presídio feminino de São Luís terão cooperativa de produtos artesanais

Recuperandas da Unidade Prisional de Ressocialização Feminina (UPFEM) do Complexo Penitenciário São Luís vão formar uma cooperativa para produção de peças artesanais que serão comercializadas em leilões e lojas, por uma marca exclusiva. O projeto, que integra a política de reinserção social de pessoas apenadas e egressas do sistema prisional, foi apresentado esta semana pelo Instituto Humanitas360 ao juiz titular da 1ª Vara de Execuções Penais de São Luís, Márcio de Castro Brandão. A unidade judiciária é responsável pelo acompanhamento do cumprimento de penas dos regimes fechado e semiaberto.

O Maranhão será o terceiro estado a implementar a cooperativa, que já funciona em unidade prisional feminina nos estados de São Paulo (Tremembé) e Pará (Ananindeua). O Instituto Humanitas360 fornece às cooperativas capital semente, capacitação técnica e apoio ao desenvolvimento do modelo de negócio, garantindo que 100% da renda gerada seja transferida às cooperadas. Os produtos são comercializados pela marca Tereza, criada pelo Instituto para venda da produção das cooperativas.

Para a implantação do projeto em São Luís, prevista para ocorrer no próximo mês de março, foi firmado termo de cooperação entre o Instituto Humanistas360, Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) e a Coordenadoria de Monitoramento, Acompanhamento, Aperfeiçoamento e Fiscalização do Sistema Carcerário do Tribunal de Justiça do Maranhão (UMF). São parceiros também o Ministério Público e a Defensoria Pública do Estado.

Participaram da reunião com o juiz da 1ª VEP, no Fórum Desembargador Sarney Costa (Calhau), a coordenadora estadual do Projeto Justiça Presente (Conselho Nacional de Justiça), Cláudia Gouveia; os representantes do Instituto Humanitas 360, Higor Cauê de Souza, Raíssa Martins e Adriana Giovana Nava; e a chefe da Divisão do Programa Começar de Novo (UMF-TJMA), Ana Lúcia Araújo. O objetivo foi tratar do apoio da unidade judiciária na viabilização do projeto da cooperativa.

O juiz Márcio Brandão destacou a importância do projeto para a reinserção social e geração de trabalho e renda das internas. O magistrado disse que além da remição de pena (para cada três dias de trabalho abate-se um dia de pena), a iniciativa garante uma remuneração às recuperandas e incentiva o empreendedorismo. A ideia é que quando elas terminarem de cumprir as penas possam ter sua própria fonte de renda ao saírem da penitenciária. Atualmente há 290 custodiadas na UPFEM (regimes fechado e semiaberto).

As recuperandas da unidade de São Luís trabalharão com a produção de peças artesanais (suvenires em moda e utensílios, fabricados com bordados e crochê). Na cooperativa, as mulheres terão 6 horas de trabalho e 2 horas destinadas à formação e capacitação das cooperadas.

FONTE – TJMA