O Governo do Maranhão, através da Secretaria de Estado da Saúde (SES), segue investindo em ações para combater a hanseníase no território maranhense e, mesmo com a pandemia do novo coronavírus, continuou garantindo atendimento à população através das unidades de referência no tratamento da doença, Centro de Saúde Dr. Genésio Rêgo e Hospital Aquiles Lisboa (HAL). Durante o primeiro semestre de 2020, foram notificados 882 novos casos no estado e contabilizadas 990 curas da doença.
No último ano, o estado reduziu em 3,5% o número de casos confirmados de hanseníase quando foram notificados 2.997 novos casos da doença, enquanto, em 2018, foram 3.105. A coordenadora do Programa Estadual de Controle da Hanseníase, Maria Raimunda Mendonça, explica que durante a pandemia foram adotadas medidas para garantir a assistência aos pacientes, de forma a manter a segurança dos mesmos para reduzir os riscos de contaminação pela Covid-19.
“As unidades de referência continuaram abertas, porém no mês de maio e abril houve uma redução muito grande de atendimentos por conta da pandemia. Nesse período, houve uma pequena redução nos atendimentos eletivos, mas continuaram sendo realizados os atendimentos de emergência”, afirma a coordenadora Maria Raimunda Mendonça.
Entre as ações realizadas para garantir o atendimento durante a pandemia destacaram-se a organização de atendimento por telefone para apoio das equipes das Unidades Regionais de Saúde e municípios no processo de trabalho de atendimento remoto; atendimento presencial com triagem pelo telefone pelos profissionais das referências; e visitas às unidades de saúde da capital para verificação da atenção aos protocolos de atendimento.
A diretora do Hospital Aquiles Lisboa (HAL), Nathália Araújo, destaca que além da definição do plano de contingência, adotando todas as medidas de segurança, foram traçadas estratégias pensando no Programa de Hanseníase como um serviço extremamente essencial.
“Embora tivéssemos situações de profissionais que precisaram ser afastados, os serviços não foram interrompidos durante esse período. Apesar disso, registramos uma diminuição da procura das demandas espontâneas principalmente nos meses referentes a abril e maio. As consultas médicas e de enfermagem do Programa de Hanseníase foram priorizadas, além do setor de curativos e de reabilitação. Todos os setores que estão alinhados com o programa de hanseníase tiveram seus atendimentos mantidos”, diz a diretora Nathália Araújo.
Paciente sendo avaliado por profissional especializado Foto: Rogério Sousa
Atualmente, todos os serviços oferecidos pela unidade já foram retomados, com redução da quantidade de vagas ofertadas, dando sempre prioridade aos pacientes com hanseníase. Em caso de suspeita da doença, o paciente pode comparecer na Unidade Básica de Saúde mais próxima da sua casa ou no próprio Hospital Aquiles Lisboa para a realização de um teste, que é oferecido por demanda espontânea.
Hanseníase
Um dos principais sinais e sintomas da hanseníase são manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou marrons pelo corpo, em partes onde o paciente perdeu a sensibilidade ao calor, frio, dor ou toque, mas sente a região formigar e dormente.
A hanseníase é uma doença crônica, transmissível, de notificação compulsória e investigação obrigatória em todo território nacional. Possui como agente etiológico o Micobacterium leprae, bacilo que tem a capacidade de infectar grande número de indivíduos, e atinge principalmente a pele e os nervos periféricos com capacidade de ocasionar lesões neurais, conferindo à doença um alto poder incapacitante, principal responsável pelo estigma e discriminação às pessoas acometidas pela doença.
O tratamento da hanseníase é oferecido pelo SUS em qualquer unidade básica de saúde e feito com a associação de três medicamentos. O uso dessas medicações varia de seis meses a um ano, podendo ser prorrogado por mais um ano, dependendo da saúde do paciente.
FONTE – MA.GOV.BR