No mês dedicado à Primeira Infância, os cuidados com gestantes e com o desenvolvimento de crianças até seis anos, incluindo suas famílias, foram abordados no programa ‘Contraplano’ desta terça-feira (22), na TV Assembleia. Participaram da conversa, a coordenadora estadual do Programa Criança Feliz, Giuliana Gomes Xavier; a especialista em políticas pública para a Primeira Infância no Unicef, Anelise Timm; e a professora da Uema e mestre em Desenvolvimento Humano, Heloísa Varão.
“No que tange a cuidado, nós ainda estamos deixando muito a desejar. Não é por falta de vontade, não é por falta de profissionais na área, mas, de fato, nós deixamos de cuidar da criança na sua totalidade quando nós fazemos ações setorizadas”, afirmou Giuliana Gomes Xavier.
Ela também destacou que as iniciativas devem ser abrangentes em prol da Primeira Infância. “No programa Criança Feliz, nós trabalhamos o desenvolvimento da criança através dos estímulos. Brincadeiras direcionadas, que vão desenvolver o motor, o cognitivo, o socioemocional, porque aquela família não tem a cultura de acolher a criança, de dizer: ‘você é importante”.
Anelise Timm destacou que há uma variedade de infâncias, de crianças vivendo diferentes realidades. “Com certeza, a gente tem muitos desafios para aquelas famílias que têm menores oportunidades ou estão em situação de vulnerabilidade, ou não estão nas prioridades das políticas públicas”, observou.
E complementou: “Tem um desafio muito importante hoje, contemporâneo, que é como a gente inclui a criança no cotidiano, nas tarefas do dia-dia, na questão da tecnologia. E isso é para crianças de todas as classes”.
Educação
A professora Heloísa Varão observou a negligência e os frágeis laços familiares que existem hoje e ressaltou também a necessidade de as ações englobarem todas as infâncias. “As políticas públicas precisam olhar para essas infâncias, no campo, quilombola, proletária, filhos e filhas de trabalhadores”, detalhou.
Heloísa Varão enfatizou, ainda, que a educação deve repercutir esse trabalho, com a formulação de um currículo que atenda essa diversidade. “De repente, a gente tem um modelo de escola padronizado que não é um para essa infância, porque não trata das brincadeiras tradicionais, da realidade, do viver e do fazer dessas crianças”, disse.
FONTE: ALEMA