A guerra entre o grupo Hamas e Israel, que choca o mundo deixando milhares de mortos, foi abordada no programa ‘Café com Notícias’ desta quarta-feira (18), na TV Assembleia. O historiador e professor Marcus Baccega falou sobre a origem do conflito, os impactos, o papel das nações e explicou por que a luta ocorre entre um grupo e um país.
“Não se trata de uma revolta popular que conte com o apoio de todo o povo palestino e, ao mesmo tempo. Então, é um ataque do Hamas, sediado na Faixa de Gaza”, resumiu o professor, que também é bacharel em Direito e pós-doutor em História pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA).
Marcus Baccega ressaltou que o entendimento sobre a origem do conflito exige um exercício de historiador. “Tudo começa no ano 70 D.C., quando, na gestão compartilhada dos imperadores romanos Tito e Vespasiano, temos a destruição do Templo de Jerusalém, a Revolta do Forte de Massada e essa grande diáspora judaica pelo Império Romano como um todo e que gerou essa situação em que, durante séculos, os hebreus não tivessem um território indexado à sua comunidade política”, detalhou.
E complementou: “Quando retornam, no final do século XIX e, sobretudo, com a Primeira e a Segunda Guerras Mundiais, eles encontram na Palestina, evidentemente, novos habitantes árabes. E, desde então, esse conflito, tem se intensificado”.
De acordo com o professor, quando Israel se proclamou um Estado soberano, em 14 de maio de 1948, chamado Dia da Independência, países árabes invadiram seu território no dia seguinte com um exército coletivo da Siria, Egito, Jordânia e Líbano.
O Hamas, segundo relatou o estudioso, surge nessa luta histórica dos palestinos de ter seu território de volta em relação a essa penetração judaica que ocorre desde os fins do século XIX. “Como Israel tem, intermitentemente, desobedecido as resoluções da ONU por uma paz e uma solução de dois Estados na Palestina, essas guerras, esses ataques, são ininterruptos desde então”, ressaltou.
Ajuda humanitária
O sofrimento dos civis e uma resolução para amenizar os efeitos da guerra na população também foram comentados pelo professor. “Criar um corredor humanitário vai depender de uma solução em que o Egito, diplomaticamente, abra a Faixa de Rafah, que é um corredor de escoamento para os palestinos e de recepção de ajuda humanitária”, observou.
O papel do Brasil no conflito estrangeiro foi outro ponto destacado pelo professor durante a entrevista. “Presidindo agora, temporariamente, o Conselho de Segurança, o Brasil possa pautar na ONU um estatuto de defesa humanitária para os palestinos. Precisamos ter muita esperança que o Brasil desempenhe esse papel de ator internacional”, assinalou Marcus Baccega .
FONTE: ALEMA